#Resenha - A Submissão

09 setembro 2014

Na semana em que os atentados de 11 de setembro completam 13 anos, o blog traz a resenha de “A Submissão”. Uma excelente história que nos faz ter grandes reflexões sobre preconceitos, racismos, xenofobia e/ou falso pensamento nacionalista.

Sinopse: Nova York é uma cidade que ainda luta para cicatrizar a ferida deixada pelos ataques terroristas às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001. E essa ferida é remexida por Amy Waldman nesta obra de ficção inteligente, provocativa, humana e emocionante.
Em um golpe do destino, o júri responsável por escolher o memorial às vítimas dos ataques terroristas acaba selecionando o projeto de um arquiteto muçulmano, entre muitas obras inscritas anonimamente. Essa escolha polêmica é o ponto de partida de A Submissão, um livro que mostra como vive um país ameaçado, que tem de encarar questões difíceis - como lembrar seus mortos, como entender tamanha violência, como respeitar as liberdades individuais agora que não pode mais reconhecer o inimigo facilmente. E ao mesmo tempo conta a história de seres humanos, que precisam lidar com seus sentimentos, suas ambições, enfrentar o passado e encarar o futuro, pois Nova York não para.

Título: A Submissão
Título original: The Submission
Autor: Amy Waldman
Ano: 2013
Páginas
:  320
Editora:
 Fundamento




Resenha: A história é narrada em terceira pessoa, e se passa 2 anos após os atentados de 2001. 
A narrativa muda constantemente de ponto de vista (isso às vezes atrapalha, pois não é uma mudança acentuada, pontuada. É ‘brusca’, muda a toda hora e em qualquer momento). Não há um protagonista, e nem antagonistas específicos. Aqui cabe dizer que tem muitos personagens envolvidos, como Claire Burwell, viúva envolvida na escolha no memorial. Paul Rubin, líder da comissão do memorial. Asma, também viúva, porém clandestina nos Estados Unidos, vinda de Bangladesh, muçulmana, que perdeu o marido muçulmano, num ataque muçulmano. A jornalista Alyssa, a causadora de muitos dos problemas da história. E, temos o autor do projeto vencedor, Mo (Mohammad Khan). Americano. Muçulmano. Arquiteto. Ambicioso. Orgulhoso.
Colocaria da seguinte forma, o protagonista seria o memorial. E o antagonista, o preconceito, o medo e a desconfiança que se manifestou de diferentes formas, a intolerância étnica e religiosa.
É difícil saber o que esperar desse livro, mesmo quando ele acaba. O título “a submissão” já pode se referir a muitas coisas diferentes. Submissão ao terror?! Submissão ao preconceito?! Submissão ao poder?!
O ’11 de setembro’ estará marcado para sempre na história, principalmente de quem a viveu. Lá ou aqui. Novo ou velho. E o livro traz esse sentimento de apreensão e indignação que todo o mundo vivenciou naquele dia, naquela época de terror. Mostra também o que há por trás, do ponto de vista político, das famílias envolvidas, dos muçulmanos. Outra coisa muito abordada é o fato das pessoas que julgam que TODO muçulmano é terrorista, ‘do mal’, e antiamericano. A história que Amy nos traz, evidencia isso, esse preconceito velado ou exposto que todos sofreram e sofrem até hoje. E esses preconceito e pensamentos cruéis, passados de geração em geração, estão presentes das primeiras às últimas páginas do livro.
O final nos deixa a mensagem de que as coisas mudam, e mexer em feridas abertas ou em processo de cicatrização deixa a situação ainda mais caótica. Os fatos só podem ser avaliados realmente depois que viram história. E mesmo assim é bem complicado.

As reflexões finais ficam a encargo do leitor de uma forma criativa. E, é uma história que tem que ser lida, e refletida. Discutida. E não só pelo livro ou pelo fato dos atentados em si, o terror de toda aquela época, mas por tudo que isso engloba, por tudo que os atentados evidenciaram, por tudo que se gerou após isso. Pela história do mundo, a história ‘pós 11 de setembro’ e a história de antes, o porque de tudo isso.


 
Agradeço a Editora Fundamento por mais essa oportunidade de ótima leitura. Gostaria de parabenizar o trabalho. A capa é ótima, nos localiza na história logo de cara. E, é arrepiante.
 
Espero que tenham gostado!
 


Até a próxima!
Beijos
Natália Schimpf






2 comentários:

  1. Acho que quero ler. A resenha está bem convidativa!!! Adorei.

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  2. Coincidentemente também estou escrevendo um livro cujo início é no dia 11 de setembro de 2001 (apesar de não ter o atentado como tema). Mas gostei do livro, parece ser aquelas histórias que ensinam ao mesmo tempo que entretêm (todo livro deveria ser assim, hehe).

    Adorei a resenha, bem organizada e explicativa :)
    Beijos,
    www.a-book-devourer.blogspot.com

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